quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Dica de leitura: A Batalha do Apocalipse



Embora muito se questione sobre a produção e qualidade da boa e velha literatura fantástica em nosso país. Não parece segredo a ninguém, que esse mercado tem crescido gradativamente com os anos, transparecendo grandes entusiastas do gênero.

Eduardo Spohr é filho de um piloto de aviões e de uma comissária de bordo, tendo, por conta disso, a chance de viajar para vários países ainda na infância, quando já produzia escritos literários. Embora não tenha religião, seu contato com diversas culturas e a iminência de conflitos na Guerra Fria, durante sua juventude, o determinaram a escrever sobre o fim do mundo e religião em seu livro "A BATALHA DO APOCALIPSE", situando a trama em várias civilizações.

A história se inicia em pleno solo nacional – ambientando a cidade do Rio de Janeiro – onde Ablon, um anjo renegado, se refugia vivendo uma vida alheia aos acontecimentos etéreos. Contudo chega o momento onde tudo evidencia que os tempos estão chegando ao fim e o anjo é convidado por Lúcifer a se juntar às suas forças nas vésperas do Armagedon – que afinal de contas se trata do embate final entre céu e inferno –, mas mesmo não concordando com a tirania imposta pelo Arcanjo Miguel, o renegado não sente confiança em se aliar às tropas negras de Lúcifer e recusa o convite enquanto procura o melhor lado para se congregar nessa última batalha divina.

O livro, além de narrar a atualidade, apresenta aos seus leitores todas as aventuras de Ablon vividas desde que fora expulso dos reinos celestes. Eduardo Spohr usa seu talento em descrever lugares distintos e sua criatividade para levar seus leitores a lugares como: As ruínas da Babilônia; antigo Império Romano; planícies da China e os nobres castelos da Inglaterra medieval.

"Os poucos que enxergavam a verdade sabiam que Miguel tinha inveja e ciúme da humanidade, por Deus ter dado a ela o mundo, a alma e o livre-arbítrio. O Príncipe dos Anjos desejava em seu íntimo acabar com todos os homens, roubar-lhes a terra e assumir o trono do Deus adormecido, pelo menos até seu despertar. Mas ele não era o único. O ambicioso Lúcifer tinha igual motivação, e fez então que se tornaram rivais. No entanto, a cada ano que se passava, à medida que a civilização florescia, engrossava o tecido da realidade. Assim, tornava-se cada vez mais difícil para os celestes agirem na esfera material, e então Miguel, indomável, arquitetou o cataclismo que, segundo ele, liquidaria de vez os "bonecos de barro". Para seu desagrado, o príncipe descobriria a verdadeira resistência da espécie terrena." (trecho do livro)

Existe na trama de forma explícita e bem formulada um romance entre Ablon e Shamira, feiticeira de en-dor. Shamira era uma feiticeira de uma tribo de Canaã até ser capturada pelo rei Nimrod, da Babilônia, para trazer de volta à vida o pai do monarca. Ao não conseguir completar o encanto, ela fugiu de Babel e conheceu Ablon, o Anjo Renegado, por quem se apaixonou. 

Os dois têm uma sólida amizade e um forte pacto de cooperação. Ao longo da história da humanidade, Ablon e Shamira viveram algumas aventuras juntos, e dentre elas a mais importante foi a derrocada do mago Zamir, o Invocador.

Eduardo, graças à sua chef d’œuvre, está na confecção de uma nova série, onde seus antigos personagens principais não surgem na trama, mas o autor usa todo o universo fantástico de A Batalha do Apocalipse para dar prosseguimento à pugna entre as entidades celestes.




Titulo: A BATALHA DO APOCALIPSE
Autor: Eduardo Spohr
Editora: Verus


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